sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Festa do centenário

Fui convidado a escrever este post para o blog Criativo de Galochas. Abaixo o texto que escrevi pra ele.

Um século de amor

O Marcus me convidou para escrever este post sobre o centenário do Corinthians, o campeão dos campeões. Estou aqui quebrando a cabeça, pensando por onde eu começo. Vou começar pela festa do Anhangabaú para falar dos Corinthianos que estavam ali. O povão. Foi incrível ver as bandeiras tremulando e mais de 130 mil pessoas cantando o hino do Timão. Toda aquela gente comemorando, celebrando uma paixão e um sentimento muito nobre de fidelidade que até hoje não tem explicação. Porque em 100 anos de Corinthians, esse é o maior tesouro do clube. Nada se compara a essa torcida que lota estádios, invade cidades e se espalha pelo mundo. Dizem que agora o Corinthians terá um estádio. Besteira. O Corinthians joga em casa em qualquer lugar que for. A torcida, sempre em maior número que os adversários, chega antes e faz uma festa linda, muito admirada e muito invejada por todos.

Segundo o capitão da 2ª CIA do 7º Batalhão da Polícia Militar, Wilson Roberto Cobbo. “Nenhum registro histórico corresponde ao número de pessoas que têm hoje aqui no Vale do Anhangabaú. O máximo que tivemos, foi em um jogo do Brasil nesta última Copa do Mundo, 30 mil pessoas“

Mais uma vez a Fiel bateu um recorde de público. Mais uma cidade sitiada pela massa alvinegra. E isso começou em uma terça-feira a noite.

Salve o Corinthians, de tradições e glórias mil. Comemoramos com muito orgulho nesta madrugada de quarta-feira, dia 1º de setembro de 2010, a reunião de fundação do clube, que aconteceu 100 anos atrás no Bom Retiro sob a luz do lampião, a luta pelo profissionalismo, a invasão corinthiana no Rio de Janeiro, batendo o recorde de público do Maracanã, a fila de 23 anos sem título, a final do paulistão de 1977 (onde batemos o recorde de público do Morumbi tbm), a democracia corinthiana, a volta da serie B, a conquista do título mundial da FIFA, enfim comemoramos a maravilha que é ser corinthiano. Tu és orgulho dos esportistas do Brasil.

Essa foi apenas mais uma festa. A gente sempre celebra o Corinthians grande, sempre altaneiro, com o mesmo entusiasmo. Do mesmo jeito que comemoramos os elásticos do Rivellino, os toques de calcanhar do Sócrates, o gol de bicicleta do Ruço no Maraca, o gol do Basílio no Morumbi, o gol do Viola contra o Guarani, o gol do Tupãzinho contra a bicharada, as defesas do Dida nos penaltes do Raí, os dribles e embaixadinhas do Edilson, as jogadas de pura raça do Carlitos e muitos outros momentos maravilhosos que nos fizeram vibrar nas arquibancadas. É até meio esquisito pensar que somos alucinados por algo tão abstrato. É uma emoção intraduzível. O povão se inspira nesse time e traz para o dia-a-dia as grandes lições que esse clube nos ensina. A gente sabe que tem que lutar com raça pra conseguir a vencer na vida. A gente sabe que depois de lutar bravamente para alcançar o nosso objetivo a comemoração é muito mais gostosa. A gente sabe que tem que ter fé e acreditar. Esse time nos ensinou que a vida é dura e tem que ser guerreiro, ter paciência e principalmente coragem para superar qualquer revés com dignidade. O coração bate mais forte quando falamos de corinthians e sinceramente, os olhos já estão cheios de lagrimas só de lembrar desses lances. Teu passado é uma bandeira, teu presente uma lição, figuras entre os primeiros do nosso esporte bretão.

A melhor coisa que pode acontecer a uma pessoa é ela fazer parte de algo tão importante e ser responsável por grandes feitos e isso só quem é corinthiano sabe.

Nós, ali da geral, jogamos junto com Neco, Teleco, Amilcar, Idário, Sócrates, Casa Grande, Biro-biro, Wilson Mano, Basílio, Wladimir, Zé Maria, Claudio, Luizinho e Baltazar, Gilmar, Rivellino, Zenon, o goleirão Ronaldo, Viola, Tupãzinho, Neto, Marcelinho Carioca, Edilson, Vampeta, Gil, Dida, Liédson, Dinei, Carlitos Tevez, Nilmar, Dentinho e tantos outros que defenderam o time do lado de dentro no alambrado. Ah.. nós jogamos junto com RONALDO FENOMENO LUIS NAZÁRIO DE LIMA. Eternamente dentro dos nossos corações.

A gente ganha jogo e comemora, faz a festa como nenhuma outra torcida. A gente perde junto com o time e canta ainda mais para esquecer a derrota, para dar forças para o time erguer a cabeça e recomeçar, pensar no próximo adversário. A gente é Fiel. A gente é Corinthians, o clube mais brasileiro.

Resta a outra metade do país agora o mesmo sentimento de inveja. Deve ser difícil para o anticorintiano ver seu espaço ainda mais invadido no rádio, nos jornais, na TV, nas ruas, fogos de madrugada. Só resta a eles desdenhar, como sempre. Não conseguem ficar indiferentes ao Corinthians. E mesmo sem ter isso ou aquilo, talvez até "sem ter nada" como diz o trocadilho copiado do Flamengo, em 1995, o Sport Recife, em 2005, o Atlético Mineiro, em 2008, e o Coritiba, em 2009 a gente faz a diferença. A gente é torcida de verdade. Vou finalizar usando o espaço aqui no blog para agradecer de coração a todos que torcem contra o Corinthians. Vocês nos dão a exata dimensão da nossa importância. Vai Corinthians!

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